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Tivoli - Quarto 1116


Finalmente estavam reunidas todas as condições para dar o primeiro passo...
Apesar dos receios evidentes e de alguns inconvenientes inesperados, o desejo falou mais alto, o medo não os removeu e de repente eis o momento tão ansiado por ambos!
Ele tremia, suava... ela nervosa mas feliz!
Foi assim o primeiro contacto, acompanhado por sorrisos cúmplices e olhares sedentes e brilhantes...
Não podiam negar o sentimento forte que sentiam, a emoção de finalmente estar ali, olhos nos olhos, corpo a corpo...
Era aquele afinal o primeiro encontro, apesar de já tão bem se conhecerem... Na bagagem levavam horas de conversas cruas e honestas, confissões, desabafos, algumas lágrimas e um misto de sentimentos que só ambos sabiam interpretar!
Ele envolto no seu misticismo tão sensual que despertava nela a vontade de o conhecer ainda melhor...
Ela fustigava no seu corpo o desejo crescente que queria partilhar!
Aquela seria uma das melhores noites de sempre, não pelo sexo, não pelo prazer sem limites que pudessem vir a sentir mas sim pela forma como as conversas fluíam, pela forma tão peculiar de ver a vida, de sentir a vida, de estar na vida!
Ela sentia-se segura junto dele... tinha deixado para trás uma vida cheia mas solitária, dorida, marcada por tanto que a fragilizou!
Ele sentia o seu coração bater mais forte, há muito que estava adormecido, refugiado, acumudado!
Chegados ao hotel, ele educadamente tratou dos últimos pormenores. Era nítido o nervoso entre ambos, não pelo simples facto de estar aqui mas sim por todas as conversas, detalhes, por tudo o que cada um contou de si, da sua vida!
Ambos se completavam... sem promessas, pressas, planos... nada!
Eram almas gémeas com gostos semelhantes e diferentes da maioria das pessoas ditas normais!
Já no quarto o desejo rapidamente se soltou! Era incrível a vontade que ambos manifestavam um pelo outro!
Aquele momento seria diferente de tantos outros passados! Lá fora tinha ficado o mundo, a multidão, o castigo dos dias de espera!
Por mais que ela se tentasse convencer que aquilo seria apenas sexo, já estava por demais envolvida com aquele homem que tanta segurança depositara em si... Tinha medo daquele sentimento, queria somente vivê-lo como uma grande aventura, mais uma! Mas ele já fazia parte dela, já opinava sobre variadíssimos assuntos, já apreciava o seu jeito irreverente e arejado que tão bem a caracterizava...
Seria tão bom que a vida não fosse tão complicada... seria tão bom poder fazer daquele momento algo para toda a vida!
Nervos à parte, ambos se entregaram ao cume da paixão... O primeiro beijo foi delicioso, o primeiro toque surgiu sem aviso, o abraço apertado tendo o Tejo como pano de fundo, a paixão que sentiam um pelo outro, o desejo que depressa aumentava o ritmo daqueles corpos suados, a incrível sensação de prazer!
Ambos viviam um sonho, o caminho estava desimpedido e o sexo húmido esperava ansiosamente pelo toque das suas mãos, da sua boca, arrancando do íntimo o primeiro gemido suspenso na ansiedade daquele momento por ambos tão desejado!
Como era doce o seu beijo, como era seguro o toque das suas mãos, como era sentido aquele que seria o seu momento!
Encostados ao patamar da janela do 11º andar, as roupas foram saindo do corpo, os beijos foram-se repetindo... a sua mão desceu até ao seu sexo e baixinho sussurrou-lhe ao ouvido:
- Tens a pila tão dura!
- Acho tanta piada quando dizes pila... hahahahaha!
E de facto estava bem dura... despertando desde logo uma imensa vontade de o chupar até o fazer gritar de prazer!
Ele atirou-a para a cama, beijou-lhe o corpo, desceu a sua mão apressadamente e penetrou-a com os seus dedos. À mercê da sua boca colocou aquele membro incrivelmente teso...
Ela sedenta para o chupar, para sentir aquela humidade na sua boca, para o afundar até à sua garganta, num ápice o devorou! Hum... que sensação, ela adora sexo oral, delira... mexe com todos os seus sentidos e assim o lambeu, abocanhou, levando-o ao delírio...
- Foda-se que boca tu tens! Nunca outra mulher me tinha chupado assim! Já fui chupado muitas vezes mas como tu... Nunca mais me vou esquecer da tua boca!
Aí sim, num gesto de desespero e não aguentando mais, enterrou-se bem fundo nela, o mais fundo que conseguiu! Penetrou-a, pressionou-a, excitou-a, saiu, entrou, os gemidos, as frases soltas, os corpos impacientes, os olhares... uniram-se num só corpo, numa só carne, num só espasmo de prazer sem limites, numa viagem alucinante de sensações tão únicas, intensas e escaldantes!
Estavam incrivelmente suados, as suas mentes totalmente desinibidas, os seus sexos fundidos... hum... desejavam-se mais que nunca!
Os corpos tremiam, torciam e contorciam com tanto prazer! A saliva misturava paladares tão reais do que estava a acontecer!
Sentiam-se perto, tão perto... o tempo tinha parado lá fora, aquele era o momento, um dia só deles!
A tesão fez-se ouvir, a cama deslizava, gemiam, pediam mais, sem dó, sem piedade...
Louco de tesão, pediu-lhe de novo a boca... Desejo concebido!
Aquela boca perdeu-se novamente naquele sexo duro, chupando-o, saboreando-o, insistindo, enlouquecendo-o, fazendo-o derramar todo o seu líquido na sua cara e dentro da boca que tanto o deliciou...

As imagens não param de surgir na minha memória: os banhos repetidos, o quarto, o jantar, a noite, a rosa, o beijo que te pedi à mesa, o licor beirão, os olhares cúmplices, o nosso ar apaixonado, o passeio a pé, as loucuras naquele jardim escuro, o Tejo, a lua, o abraço, as lágrimas, a amizade, o regresso ao hotel, a massagem, o carinho, a vontade, o prazer sem limites, o adormecer e acordar a teu lado... a última conversa... a despedida... a ânsia de te ter, de te sentir... a memória de algo que nos faz sentir vivos!


Te gosto... tanto...

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